Que o tempo me livre não das rugas, mas do envelhecer da alma
Adoro rir. E tu sabes. Sou prazerosa. Gosto de uma vida de riso. E gosto de fazer rir. Sempre fui muito descontraída e de poucos filtros nas palavras. Nunca quis correr o risco de deixar de ser eu, para depois ter de me dar ao trabalho de cuidar do meu discurso. Demasiado protocolar e fora de mim. Antes, me doa o abdominal de tanto me rir. E rir de mim. Que o tempo me livre não das rugas, mas do envelhecer da alma, ao ponto de não querer gozar mais de mim. E comigo. Não quero nunca ter a sensação de me sentar numa mesa de café e submeter-me à cruel interrogação quem és? A tua cara não me é estranha o teu nome também não. Desculpa, mas não te estou a reconhecer. Olha, contudo senta-te. Bebemos um copo e fumamos um cigarro, quem sabe encontramos um pedaço de ti, perdido. E se assim for, que pelo menos encontres o meu pedaço de rir, porque se há coisa em sempre fui genial, era a fazer-te sorrir. O riso é como um soro de verdade e libertação. Quando voltamos a rir? Jogando pelo seguro, e não vás tu, estar mais perdido do que eu, vou rindo, enquanto não vens. Rindo de mim.