É em nome do amor, e talvez por amor. É com nome próprio e de alma própria. É o lugar onde as palavras são mais do que elas. São simplesmente aquilo que quero que sejam, amor.
É em nome do amor, e talvez por amor. É com nome próprio e de alma própria. É o lugar onde as palavras são mais do que elas. São simplesmente aquilo que quero que sejam, amor.
O que tens dentro de ti é bom. Só pode ser bom. Mas num momento de loucura e êxtase profundamente motivado por um desequilíbrio emocional deixaste-te corroer. A linha entre o ódio e o amor é tênue. Cabe-te a ti, guardar o melhor de mim. O pior é quando os ouvidos tem paredes. E não ouvem o coração. Ouvem a cabeça. Não há amor nenhum que não magoe. E que magoe porque é isso que me fazer sentir que é gigante. Sabes o que se põe dentro do coração? Amor.
Ecrevo-te e cumprimento-te desta forma infantil, porque olho para ti e revejo-me miúda. Lembro-me do meu vestido azul quadriculado, da minha falta de dentes, do excesso de ranho e de me contorcer tanto, por culpa do mimo, que parecia que estava a ser exorcizada. Lembro-me das conversas à mesa, das obras de arte dele, nos estofos das cadeiras, e da cara de poucos amigos dos meus pais. Lembro-me de ter tantos amigos quanto piolhos. Lembro-me de ter um riso estridente e de falar muito alto. É isso não passou. Lembro-me de agasalhar os peluches, com medo que apanhassem frio. Lembro-me de perguntar, sem respirar, se os ladrões existiam mesmo, se os fantasmas existiam mesmo, se a morte existia mesmo, se tudo, existia mesmo. Olá querido passado. Eras tão seguro. Foste tão fácil. Tão divertido. Tão infantil. Foste o melhor que podias ter sido mas complicaste um bocadinho o meu presente. Acho que fiquei mal habituada a ser sempre tão feliz. Somos educados a não cair em excessos. A verdade, é que ainda penso como pensava quando era pequena: é impossível não ser feliz. E mesmo que tenha descoberto que, os ladrões existem mesmo continuo a achar que podemos ser sempre felizes. Mesmo quando chove lá fora e o Verão se atrasa, outra vez. Estou mal habituada. Deveriam ter doseado a felicidade, da mesma forma que dosearam as guloseimas. – “Titi, por hoje chega de felicidade, já abusaste!” Jamais aceitarei que a felicidade é passageira. Só tenho de fechar os olhos, lembrar-me porque era tão fácil e repetir a proeza. A infância foi genial, ao ponto de me tornar eternamente apaixonada.