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Em nome do amor

É em nome do amor, e talvez por amor. É com nome próprio e de alma própria. É o lugar onde as palavras são mais do que elas. São simplesmente aquilo que quero que sejam, amor.

Em nome do amor

É em nome do amor, e talvez por amor. É com nome próprio e de alma própria. É o lugar onde as palavras são mais do que elas. São simplesmente aquilo que quero que sejam, amor.

Não são estrelas, são balões

O céu ontem estava estranho. Deitei-me numa soleira de pedra, mesmo ao lado daquele restaurante que pela primeira vez me viu provar sushi, só para ver luzes de cor que se lançam ao ar e fazem imenso barulho. Olho para o céu, e não via estrelas. Estava inundado de pontos brilhantes que se moviam delicadamente pela brisa da noite. Não eram estrelas. Não eram ovnis. Eram balões de ar quente. Quase tão perfeitos como aqueles que sonho, quando me disseres, desta vez a sério, casa comigo. Adoro balões de ar quente. E não é de agora é de sempre. Um girassol, um balão e tu. E a minha vida não dançava, voava.

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Sobe, sobe, balão sobe

Nem ligava muito a esta coisa dos santos populares. Quando era miúda o ritual repetia-se. Camisa engomada com cheiro a sardinha e calça manchada do que não pingava no pão. O copo de vinho tinto, a fogueira no cimo da rua da urbanização e o bailarico popular. E santo comemorava-se numa noite longa e quase sempre orvalhada. Hoje, as sardinhas, continuam a não ser a minha preferência em vez disso, um jantar qualquer patrocinado por uma jarra de fruta mexida com açúcar , uma bebida translúcida doce. Há que evitar as quebras de tensão. A rua é o palco que acolhe dezenas de corações nesta noite. E ainda que não hajam cambalhotas na relva, mecos de pedra a mexer, nem autógrafos do Zé Amaro no peito, música há sempre. E festa também. S. João, S. João, da cá uma som para eu dançar.

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É uma loucura. Mas mais vale louca que pouco arriscada

| Prefiro os loucos. Sempre foi assim. Não é que eu faça muitas loucuras, mas gosto dessa sensação sublime de dançar de pés descalços no escuro quando a vida lá fora parece ter desaprendido o passo. Eu gosto é dos loucos. Porque gente louca não tem medo do ridículo nem do rótulo. Gente louca é leve. E intensa. Os loucos tocam-te fundo, lá na alma, e fazem-te acreditar que o impossível nem sempre é tão impossível assim. Os loucos arriscam. Largam tudo. Mudam de ideias. De gosto. De direção. Eles voltam quando acham que têm que voltar. Eles seguem quando acham que o melhor é seguir. E eles também param de vez em quando, porque às vezes é preciso parar. Gente louca tem uma capacidade incrível de acreditar nas pessoas e em si mesmo. Com eles não há meio-termo nem mais ou menos. Os loucos não gostam do que é morno ou razoável demais. E quando eles gostam, é de uma maneira tão profundamente verdadeira que não tem como a gente não gostar. Os loucos tiram-nos do eixo, da zona de conforto, daquele lugar seguro que quase nunca nos deixa chegar a lugar algum. E eles sentem medo, claro, quem não sente? Porque a vida pede coragem. E o louco dispensa a covardia. Gente louca vive. Tudo isto é uma loucura, mas mais vale louca do que pouco arriscada.

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Tenho vontade de ir

Tenho vontade de ir. De ver por fora, para sentir dentro. Fundo. Sentir como meu. Próprio e inesquecível. Tenho fome de viajar, por aqui por ali, por todo o lado, porque se o mundo é um livro, ficarmos pelo que é nosso, é ler uma só página. Apaixonei-me pelo avião, pelo voar, pelo ir longe ou perto, e até a pé. Não importa. Tanto faz. Quero ver o que não vi. Sentir o que nunca senti. Viajar, é despir a ignorância, é banho de cultura, e a veste do saber. Se dizem que sou livro, em breve escreverei uma nova página. Ou então várias.

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Ela

Ela é doce, é meiga, é secreta. Ela gosta dela e do mundo. E gosta de tudo. Tem o dom de fazer pessoas felizes, mas muitas vezes não sabe sê-lo. Enconde-se atrás daquela felicidade social, e de quando em vez (todas as vezes) desmorna, sozinha. Longe dos olhares indiscretos, finta o papel como ninguém. Para os outros ela é a menina especial e mal eles sabem que ela também chora. Só não quer público. Prefere que a vejam sorrir. Prefere que a achem forte. Prefere mostar-se guerreira, quando no fundo ela, é só ela, aquela meiga menina. Ela é tudo. Ela sabe. Ela é doce. Ela é amor. Ela é aventura. Ela até parece perfeita. Ela quer sempre ser mais. O tudo já não lhe chega. O normal não a saceia. Ela acredita que o mundo é de fantasia. Ela acredita que existe muito mais bem, do que mal. Ela só quer que os outros a lembrem como a menina dos olhos azuis, mais incrível, mais misteriosa, mais mais que eles viram. Ela perde -se, ela luta. Ela só quer tudo. E ele, o que quer?

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Haverá luz ao fundo do túnel?

Falhaste de novo. Iludiste-me. Ludibriaste-me. Fizeste-me acreditar. No teu rosto li vontade, na tua pele senti suor, no teu corpo gana. A realidade não se adulterava. Debatiaste heroicamente, exausto, sem força e com pouca assertividade. E mesmo com toda a minha energia positiva não foste capaz. Sentiste o peso da não vitória, o desânimo de onze milhões. Carregaste-o noventa minutos e ainda o sentes em todas as manchetes dos jornais nacionais e internacionais, e mesmo que não os queiras ler, as redes sociais invadem-te, agrindo-te. Lava a cara, deixa-te de conversas mansas, e mostra-me o que tens guardado. Debate-te, luta, e não desistas antes de terminar. O impossível é genial e fará de ti, herói, uma vez mais.

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A cama da mãe é a melhor de todas

Aos vinte seis a cama da mãe continua a saber bem. Sou crescida mas logo se vê pela fuga para a cama da mãe, que há muito em mim, de pequena. Os lençóis parecem até mais sedosos que antes, e mais quentes. Não há sonho que não fique protegido. De um lado o pai, do outro a mãe e de quando em vez o mano também vem. Não me perguntem como passamos a noite, torcidos, de pé de fora e numa luta constante de cobertores, o relógio vai girando. Na manhã seguinte, mesmo que o corpo doa de tanto jeito desajeitado, o coração ferve. A cama da mãe é a melhor de todas, nem que seja aos vinte seis.

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Amanhã

Amanhã. Amanhã vou acordar cedo. Vou cuidar de mim. E guardar-te na gaveta. Deixar-te em segundo plano e colocar todos os meus sonhos à tua frente. Sabes cansei-me. Cansei-me dessa tua verdade fingida. Do teu toca e foge. Do teu abraço ausente. Cansei é simples. És um tretas. Amanhã, mesmo que o sol teime em ficar atrás das nuvens, que as gaivotas não voem sobre o mar. Tu não vais comigo. Fechei a gaveta. E atirei a chave fora. Não temas não te joguei fora, guardei-te perpetuamente.

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Olho no olho

Portugal parou, até mesmo aqueles que por questões laborais não possam ver olho no olho o campo, tenho a certeza que a ninguém passa ao lado a emoção do futebol europeu. Como em tudo tenho uma teoria e gostava de me saber pouco segura dela. O sangue fervou no tempo em que os jogos eram de faz de conta e por favor que hoje façam pouco de conta. Que se arrisquem com seriedade e bravura, com a mesma coragem que depositamos em vós. Que se cante o hino e que se una a nação.

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Perdeste

Eu bem sei que me achavas princesa. Bem sei que me olhavas exímia. Aquela que cedia à tua vontade. Ao teu capricho. Ao teu desejo. Ao teu querer. Os teus olhos cor de mel adoçavam as minhas birras, e o teu abraço convencia-me todas as noites, até quando o lençol dividia sozinho, a cama comigo. Bem sei que era perfeita. Mas muito menina do meu nariz, sempre certa daquilo que queria, sem muito ligar para o que me dizias. O tempo embebedou-te de certezas. Os pedidos sentia-os como ordens. Eu não sou soldado, e tu não és tenente. Quando isso acontecer não estou apaixonada por ti. Perdi o amor por mim. E que fique claro, que não sou agregações de pedidos nem vontades tuas. Sou eu, um eu cheio de mim. Cheio de convicções. De prazer. De sonhos. Antes de nós, havia muito eu. Ajusta contas com a vida, perdeste.

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