Até que a morte nos separe
Somos corpo vivo, proprietário de uma alma viajante. Não sei porque temem tanto a morte se é a vida que nos rouba. A morte, a destemida força suprema, guarda-nos perpetuamente. Deixa-nos a lembrança de que exististe de fato. Os sinos tocam. As vozes entoam. Os corações choram. Os gritos, as lágrimas e a dor reúnem a triologia do luto. E o silêncio ouve-se. Querida vida: quero viver-te muito, partilhar tudo contigo e se puderes evita que me magoem. Evita que seja fraca e lingrinhas. E quando a força suprema chegar, que os anjos esperem por mim. Que os vivos me cerquem de girassóis. E que dancem, até que a morte nos separe.