A cama da mãe é a melhor de todas
Aos vinte seis a cama da mãe continua a saber bem. Sou crescida mas logo se vê pela fuga para a cama da mãe, que há muito em mim, de pequena. Os lençóis parecem até mais sedosos que antes, e mais quentes. Não há sonho que não fique protegido. De um lado o pai, do outro a mãe e de quando em vez o mano também vem. Não me perguntem como passamos a noite, torcidos, de pé de fora e numa luta constante de cobertores, o relógio vai girando. Na manhã seguinte, mesmo que o corpo doa de tanto jeito desajeitado, o coração ferve. A cama da mãe é a melhor de todas, nem que seja aos vinte seis.