Sobe, sobe, balão sobe
Nem ligava muito a esta coisa dos santos populares. Quando era miúda o ritual repetia-se. Camisa engomada com cheiro a sardinha e calça manchada do que não pingava no pão. O copo de vinho tinto, a fogueira no cimo da rua da urbanização e o bailarico popular. E santo comemorava-se numa noite longa e quase sempre orvalhada. Hoje, as sardinhas, continuam a não ser a minha preferência em vez disso, um jantar qualquer patrocinado por uma jarra de fruta mexida com açúcar , uma bebida translúcida doce. Há que evitar as quebras de tensão. A rua é o palco que acolhe dezenas de corações nesta noite. E ainda que não hajam cambalhotas na relva, mecos de pedra a mexer, nem autógrafos do Zé Amaro no peito, música há sempre. E festa também. S. João, S. João, da cá uma som para eu dançar.